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história

Rondons

O marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, conhecido como Marechal Rondon (1865 - 1958), foi um engenheiro militar e sertanista brasileiro, famoso por sua exploração de Mato Grosso e da Bacia Amazônica Ocidental e por seu apoio vitalício às populações indígenas brasileiras. Foi o primeiro diretor do Serviço de Proteção ao Índio (SPI) e estimulou a criação do Parque Nacional do Xingu. O estado brasileiro de Rondônia recebeu esse nome em sua homenagem.

 

Winchester s.f. ARMAMENTOS carabina americana de repetição, usada nas guerras de Secessão e de 1870

 

Ariel

Ariel é um arcanjo encontrado primariamente nos misticismos judeus e cristãos e livros apócrifos. O nome Ariel significa “Leão do Senhor” ou “forja do Senhor” ocorre na Bíblia Hebraica, mas o uso como o nome de um anjo numa primeira fonte é incerto.

 

a barba de Dom João de Castro

João de Castro (1500 - 1548) foi um nobre, cartógrafo e administrador colonial português. Foi governador e capitão general, 13.º governador e 4.º vice-rei do Estado Português da Índia.

Para reedificar a Fortaleza de Diu que, depois da vitória sobre Coge Çafar, ficara derribada até ao cimento na guerra de Diu, D. João escreveu aos vereadores da Câmara de Goa, a fim de obter um empréstimo de 20.000,00 pardaus para as obras da reedificação. Nessa célebre carta, datada de 23 de Novembro de 1546, dizia que mandara desenterrar o filho, D. Fernando, morto às mãos dos mouros nesta fortaleza, para lhe empenhar os ossos, mas que o cadáver fora achado de tal maneira que não se pudera tirar da terra; pelo que, o único penhor que lhe restava, eram as suas próprias barbas, as que enviava, então, junto com a carta, ao cuidado de Diogo Rodrigues de Azevedo. Explicou depois, num apelo à emoção, que não dispunha dos meios pecuniários ou de garantia para custear a reedificação. Tanta era a consciência da própria honra, que além de empenhar os ossos do filho, ainda empenhou também as próprias barbas, ao pagamento duma soma que pedia para o serviço do rei, e não para si. Em alusão a este episódio histórico, nasceu o aforismo português “pôr as barbas de molho.”

A fortaleza de Diu localiza-se na ilha de Diu, no extremo sul da península de Katiavar, à entrada do golfo de Cambaia, na costa de Guzerate, na Índia.

pôr as barbas de molho

precaver-se contra perigo ou risco próximo, ou previsível; acautelar-se

ETIMOLOGIA do espanhol cuando las barbas de tu vecino veas pelar, pon las tuyas a reojar.” [quando vires as barbas do vizinho ficar sem pelos, põe as tuas de molho.] e herdamos o provérbio em português “quando vires as barbas do vizinho a arder, põe as tuas de molho,” ou seja, observar o dano, o perigo na vizinhança e em consequência tomar precauções.

 

pardau (1514) ETIMOLOGIA sânscrito pratápa ‘majestade, esplendor’, epíteto do rei que mandou cunhar as moedas, pela forma vulgar partáp ou pardáp

s.m. NUMERAL antiga moeda da Índia portuguesa

 

Herculano

Alexandre Herculano de Carvalho e Araújo (1810-1877) foi um escritor, historiador, jornalista e poeta português da era do romantismo.

Como liberal que era, teve como preocupação maior, estabelecida nas suas ações políticas e seus escritos, sobretudo em condenar o absolutismo e a intolerância da coroa no século XVI para denunciar o perigo do retorno a um centralismo da monarquia em Portugal.

Alistado como soldado no Regimento dos Voluntários da Rainha, como Almeida Garrett, é um dos 7.500 “Bravos do Mindelo,” assim designados por terem integrado a expedição militar comandada por D. Pedro IV que desembarcou, em 8 de Julho de 1832, na praia do Mindelo, a fim de cercar e tomar a cidade do Porto. Como soldado, participou em ações de elevado risco e mérito militar.

Uma das obras mais notáveis de Alexandre Herculano é a sua História de Portugal, cujo primeiro volume é publicado em 1846, obra que introduz uma historiografia científica em Portugal, não podia deixar de levantar enorme polêmica, sobretudo com os sectores mais conservadores, encabeçados pelo clero, que o atacara então por não ter Herculano admitido como verdade histórica o então célebre Milagre de Ourique — segundo o qual Cristo aparecera ao rei Afonso Henriques naquela batalha.

 

Um dos quatrocentos de Gedeão trazidos por Tomé de Sousa

Os trezentos de Gideão

De acordo com o Livro dos Juízes da Bíblia hebraica e do Antigo Testamento da Bíblia cristã, Gideão foi o juiz que libertou os filhos de Israel dos midianitas. Esse povo oprimia Israel, roubando suas colheitas e também seus animais. Foi então que Gideão teve uma experiência com Deus, quando o Anjo do Senhor o chamou para fazer dele o libertador de Israel. Deus ordenou-lhe que derrubasse o altar de Baal e erguesse ali um altar dedicado a Deus. Gideão obedeceu, mas quando os homens da cidade descobriram, ficaram irados com ele. Foi então que Joás, seu pai, se levantou diante daqueles homens, explicando que se Baal fosse um deus de verdade, teria impedido Gideão de destruir seu altar. Por isso, Gideão ficou conhecido como Jerubaal, que significa “que Baal dispute com ele.” Naquele mesmo tempo, os midianitas e seus aliados empreenderam uma invasão contra Israel. Então o Espírito do Senhor se apoderou de Gideão capacitando-o para libertar o seu povo. Gideão reuniu uma pequena força com apenas 300 homens e surpreendeu os midianitas sob a escuridão da noite, levando-os em direção ao rio Jordão, capturando e matando os seus líderes.

Tomé de Sousa

Tomé de Sousa (1503-1579) foi um militar e político português, primeiro governador-geral do Brasil, cargo que exerceu de 1549 a 1553.

A fim de consolidar o domínio português no litoral, a 7 de Janeiro de 1549 Tomé de Sousa foi nomeado como primeiro governador-geral do Brasil, recebendo Regimento para fundar, povoar e fortificar a cidade de Salvador, na capitania real da Bahia. Antecedido por uma leva de colonos, aportou na Bahia em 29 de março de 1549. Vinha com colonos e seis jesuítas, chefiados pelo padre Manuel da Nóbrega, os primeiros mandados ao Brasil, sobre cujo destino tanto mais tarde deviam pesar. Manteve-se no cargo até 1553, sucedido por Duarte da Costa. Após seu mandato como governador-geral, em 1553, retornou a Portugal onde ocupou outros importantes cargos públicos.

Fausto, Boris - História do Brasil (2006).

(O Governo Geral, pp. 46-47)

    Segundo as crônicas da época, Tomé de Sousa era um fidalgo sisudo, com experiência na África e na Índia. Chegou à Bahia acompanhado de mais de mil pessoas, inclusive quatrocentos degredados, trazendo consigo longas instruções por escrito conhecidas como Regimento de Tomé de Sousa. As instruções revelam o propósito de garantir a posse territorial da nova terra, colonizá-la e organizar as rendas da Coroa. Foram criados alguns cargos para o cumprimento dessas finalidades, sendo os mais importantes o de ouvidor, a quem cabia administrar a justiça, o de capitão-mor, responsável pela vigilância da costa, e o de provedor-mor, encarregado do controle e crescimento da arrecadação.

  Vinham com o governador-geral os primeiros jesuítas — Manuel da Nóbrega e seus cinco companheiros —, com o objetivo de catequizar os índios e disciplinar o ralo clero de má fama existente na Colônia. Posteriormente (1532) criou-se o bispado de São Salvador, sujeito ao arcebispado de Lisboa, caminhando-se assim para a organização do Estado e da Igreja, estreitamente aproximados. O início dos governos gerais representou também a fixação de um pólo administrativo na organização da Colônia. Obedecendo às instruções recebidas. Tomé de Sousa empreendeu o longo trabalho de construção de São Salvador, capital do Brasil até 1763.

 

Mayflower

O Mayflower foi um navio inglês que transportou um grupo de famílias inglesas, hoje conhecido como Peregrinos, da Inglaterra para o Novo Mundo em 1620. Depois de 10 semanas extenuantes no mar, o Mayflower, com 102 passageiros e uma tripulação de cerca de 30, chegou à América, lançando âncora perto da ponta do Cabo Cod, Massachusetts, em 21 de novembro de 1620.

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Pedro I lança aos ecos o seu grito histórico

O “grito histórico” ocorreu às margens do riacho Ipiranga na cidade de São Paulo, evento conhecido como o Grito do Ipiranga, exclamação de D. Pedro I ao proclamar a independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822: “É tempo! Independência ou Morte! Estamos separados de Portugal!”

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Independência ou Morte (1888) é uma pintura do artista brasileiro Pedro Américo. É considerada a representação mais consagrada e difundida do momento da independência do Brasil, sendo o gesto oficial da fundação do Brasil.

 

Pelo 13 de Maio

A Lei Áurea, oficialmente Lei n.º 3.353 de 13 de maio de 1888, foi a lei que extinguiu a escravidão no Brasil. O processo de abolição da escravidão no Brasil foi gradual, e a Lei Áurea foi precedida pela Lei Eusébio de Queirós, de 1850, que proibiu a entrada de africanos escravizados no Brasil; pela Lei do Ventre Livre, de 1871, que libertou todas as crianças nascidas de mães escravas a partir de então; e pela Lei dos Sexagenários, de 1885, que tornou livre todos os escravos com sessenta anos de idade ou mais.

 

Princesa

Isabel do Brasil (1846-1921), cognominada “a Redentora,” foi a filha mais velha do imperador Pedro II do Brasil e da imperatriz consorte Teresa Cristina das Duas Sicílias e, portanto, membro do ramo brasileiro da Casa de Bragança. Como a Herdeira presuntiva do Império do Brasil, ela recebeu o título de Princesa Imperial e foi Regente do Império em três ocasiões diferentes. Na sua última regência, assinou a Lei Áurea em 1888, que declarou extinta a escravidão no Brasil.

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Em 15 e novembro

A Proclamação da República Brasileira, também referida na História do Brasil como Golpe Republicano ou Golpe de 1889, foi um golpe de Estado político-militar, ocorrido em 15 de novembro de 1889, que instaurou a forma republicana presidencialista de governo no Brasil, encerrando a monarquia constitucional parlamentarista do Império e, por conseguinte, destituindo o então chefe de Estado, imperador D. Pedro II, que em seguida recebeu ordens de partir para o exílio na Europa.

A proclamação ocorreu na Praça da Aclamação (atual Praça da República), na cidade do Rio de Janeiro, então capital do Império do Brasil, quando um grupo de militares do exército brasileiro, liderados pelo marechal Manuel Deodoro da Fonseca, destituiu o imperador e assumiu o poder no país, instituindo um governo provisório republicano, que se tornaria a Primeira República Brasileira.

Proclamação da República, Benedito Calixto (1893)

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O país bestifica-se

Conforme artigo escrito no dia 15, e publicado no Diário Popular de 18 de novembro de 1889, por um dos chefes do levante e Ministro do Interior no governo provisório, Aristides da Silveira Lobo (1838-1896):

“O povo assistiu àquilo bestializado, atônito, surpreso, sem conhecer o que significava. Muitos acreditaram seriamente estar vendo uma parada.”

 

Floriano

Floriano Vieira Peixoto (1839-1895). Político e militar. Participou da Guerra do Paraguai. Presidente da Província de Minas Gerais (1884). Vice-presidente da República (1891) e presidente (1891-1894) com a renúncia de Deodoro da Fonseca. Sufocou a revolta da Fortaleza de Santa Cruz (1892), a da Armada (1894) e a Federalista (1895).

Assumiu a república de forma ilegal após a renúncia de Deodoro da Fonseca, uma vez que com a Constituição de 1891 em seu artigo 42 dizia: “Se, no caso de vaga, por qualquer causa, da saída da presidência ou vice-presidência, não havendo ainda decorrido dois anos do período eleitoral, proceder-se-á uma nova eleição”

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estouram as granadas de Custódio

Custódio José de Melo (1840-1902). Militar e político. Atuou durante toda a Guerra do Paraguai. Fez depois estudos de artilharia na Europa. Organizou os serviços do armamento da Marinha. Deputado constituinte (1890-1891). Chefiou a Revolta da Marinha (1891). Ministro da Marinha (1891-1893). Apoiou a Revolução Federalista (1893) e liderou a da Armada (1893-1894).

Após a proclamação da República brasileira, em 15 de novembro de 1889, foi um dos líderes das Revoltas da Armada de 1891 e 1893. Nesse contexto, em 23 de novembro de 1891 ameaçou bombardear o Distrito Federal caso o então presidente da república, marechal Deodoro da Fonseca, não restaurasse as condições políticas do país, impostas pelo Golpe de Três de Novembro. Este fato foi a gota d’água para a renúncia de Deodoro ao cargo de presidente.

Sob a presidência de Floriano Peixoto exerceu os cargos ministro da Marinha, da Guerra, e de ministro interino das Relações Exteriores.

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Gumercindo Saraiva (1852-1894) foi um militar brasileiro, sendo um dos comandantes das tropas rebeldes (Maragatos) durante a Revolução Federalista.

A Revolução Federalista é a denominação da guerra civil ocorrida na Região Sul do Brasil, entre 1893 e 1895, poucos anos após Proclamação da República. O conflito originou-se da crise política gerada pelos Federalistas, grupo opositor ao governo de Júlio de Castilhos (então presidente do Rio Grande do Sul), que buscava conquistar maior autonomia e descentralizar o poder da recém-instalada República.

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Gumercindo bate às portas de Roma

Gumercindo Saraiva, comandante Maragato, avança suas tropas até a cidade da Lapa (PR), “bate às portas do Rio de Janeiro, então capital federal,” mas, a partir daí, tem que recuar, concentrando suas tropas no Rio Grande do Sul.

Empenharam-se em disputas sangrentas que acabaram por desencadear a luta armada, que durou de fevereiro de 1893 a agosto de 1895, vencida pelos seguidores de Júlio de Castilhos.

O conflito atingiu o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, os três estados da região, que na época contava também com São Paulo, não atingido, o que serviria para agrupar todos os elementos antiflorianistas a fim de preparar o avanço até o Rio de Janeiro, então capital federal.

 

Incitatus derranca o país

Incitato (latim: Incitatus) era o cavalo preferido do Imperador Romano Calígula (reinando de 37-41 d.C.). Tratava-se de um cavalo de corrida trazido da Hispânia (Península Ibérica), de onde, na época, Roma importava cerca de 10 mil cavalos por ano.

De acordo com o escritor Suetónio (Gaius Suetonius Tranquillus [69-141 d.C.]) na sua biografia de Calígula, Incitato tinha cerca de dezoito criados pessoais, era enfeitado com um colar de pedras preciosas e dormia no meio de mantas de cor púrpura (a cor púrpura era destinada somente aos trajes imperiais, ou seja, era um monopólio real). Foi-lhe também dedicada uma estátua em tamanho real de mármore com um pedestal em marfim. Conta a história que Calígula incluiu o nome de Incitato no rol dos senadores e ponderou a hipótese de fazer dele cônsul.

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incitado (sXIV) ETIMOLOGIA latim incitátus,a,um ‘agitado, estimulado, instigado, etc.’

1 adj. estimulado; instigado, encorajado

2 adj. galvanizado, inflamado, eletrizado; estimulado, excitado

3 adj. desafiado ou provocado; estumado, açulado

4 adj. irritado, enraivecido; encolerizado, enfurecido

derrancar (1873) ETIMOLOGIA latim derancáre

< de- ‘mudança de estado’ + rancus,a,um ‘rançoso’ + -are >

1 v.t.d. e v.pron. fazer ficar ou ficar em estado de putrefação; tornar(-se) rançoso; apodrecer(-se)

2 v.t.d. e v.pron. fig. tornar(-se) pervertido, corrompido, depravado

3 v.t.d. e v.pron. fig. tornar(-se) raivoso, enfurecer(-se), danar(-se)

4 v.t.d. e v.pron. fig. deteriorar(-se) física ou emocionalmente

Uma alusão ao presidente Hermes da Fonseca

O “Incitatus” de Nilo Peçanha na corrida presidencial

A campanha para a presidência da República, em 1909-1910, foi a primeira efetiva disputa eleitoral da vida republicana. O marechal Hermes da Fonseca, sobrinho de Deodoro, saiu candidato com o apoio do presidente Nilo Peçanha e das representações estaduais no Congresso Nacional, à exceção das bancadas de São Paulo e Bahia, que apoiavam o nome do senador Ruy Barbosa.

Uma segunda leitura aqui seria da palavra incitatus, como descrição da personalidade do presidente Hermes da Fonseca. Seu governo foi marcado por várias rebeliões políticas e sociais. O presidente, para diminuir a influência do gaúcho Pinheiro Machado, que possuía forte poder sobre as oligarquias do Norte e Nordeste, pôs em prática a “Política das Salvações”, que consistia em intervir nos Estados onde não recebia o apoio das oligarquias locais. Houve intervenção em vários Estados, provocando violentas revoltas sociais e políticas.

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São Benedito

São Benedito, o Negro, conhecido também como São Benedito, o Mouro (cor escura da pele); Benedito, o Africano; Benedito de Palermo (1524-1589), é um santo católico canonizado em 1807 pelo Papa Pio VII. Há duas versões históricas: São Benedito seria um italiano descendente de africanos escravizados na Etiópia, ou um mouro (islâmico) escravizado ao norte da África, acontecimento comum no sul da Itália na época. No Brasil, o santo é tradicionalmente venerado pelos negros, que relacionam o período de escravidão e a origem africana do santo com o seu próprio passado de escravidão e suas raízes africanas.

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guerra grande

A Guerra do Paraguai foi o maior conflito armado internacional ocorrido na América Latina. Foi travada entre o Paraguai e a Tríplice Aliança, composta pelo Império do Brasil, Argentina e Uruguai.  Ela se estendeu de dezembro de 1864 a março de 1870. É também chamada Guerra da Tríplice Aliança, na Argentina e no Uruguai, e de Guerra Grande, Guerra Contra a Tríplice Aliança e Guerra-Guaçu no Paraguai.

 

Offenbach

Quando em princípios da Presidência de Hermes da Fonseca (iniciada a 15 de novembro de 1910) veio à tona uma lista (de pessoas aptas ao serviço militar) que fora esquecida na Alemanha (Offenbach), onde ele estivera recentemente assistindo grandes manobras militares sob o comando do chefe de Estado daquele país, o caboclo tremeu e entrou a casar em massa.

Contexto histórico

A eleição presidencial de 1910 entre Hermes da Fonseca e Rui Barbosa foi realizada no dia 1º de março. No mês seguinte ao pleito, Hermes viajou para a Europa, visitando Portugal, Inglaterra e Suíça. Na França, onde permaneceu por dois meses, conheceu instalações militares, fábricas e universidades. Na ocasião, foi alvo de intensa campanha por parte de diversos setores da sociedade, empenhados em convencê-lo a preferir a França à Alemanha para acordos de instrução militar e venda de equipamentos bélicos ao Brasil. Em 23 de julho, chegou à Alemanha, novamente a convite do imperador Guilherme II, agora para visitar as instalações do Exército e assistir a grandes manobras militares em Tempelhoff, histórico centro de concentração de tropas prussianas. Retornou ao Brasil pouco antes da sua posse em 15 de novembro de 1910.

 

bizantino (1844) ETIMOLOGIA latim byzantínus,a,um ‘de Bizâncio’

1 adj.s.m. relativo à cidade de Bizâncio (atual Istambul, na Turquia) ou o seu natural ou habitante; bizâncio

2 adj.s.m. relativo ao Império Romano do Oriente (também dito Império Bizantino, 330-1453 d.C.), às manifestações da civilização e da cultura desse império, ou quem nele nasceu ou habitou; bizâncio

3 adj. fig. pej. que tem caráter de bizantinismo (‘tendência’, ‘ato’); frívolo, inútil, pretensioso

Sílvio Romero

Sílvio Vasconcelos da Silveira Ramos Romero, crítico, ensaísta, folclorista, polemista, professor e historiador da literatura brasileira, nasceu em Lagarto, SE, em 21 de abril de 1851, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 18 de julho de 1914. Convidado a comparecer à sessão de instalação da Academia Brasileira de Letras, em 28 de janeiro de 1897, fundou a cadeira nº 17, escolhendo como patrono Hipólito da Costa.

Sílvio Romero foi um importante membro da elite intelectual brasileira, porém suas falas notadamente racistas geram polêmicas até hoje: “Povo que descendemos de um estragado e corrupto ramo da velha raça latina, a que juntaram-se o concurso de duas das raças mais degradadas do globo, os negros da costa e os peles vermelhas da América [...] [de que] resultaram o servilismo do negro, a preguiça do índio e o gênio autoritário e tacanho do português [que] produziram uma nação informe e sem qualidades fecundas e originais.”

 

São Benedito

São Benedito, o Negro, conhecido também como São Benedito, o Mouro (cor escura da pele); Benedito, o Africano; Benedito de Palermo (1524 - 1589), é um santo católico canonizado em 1807 pelo Papa Pio VII. Há duas versões históricas: São Benedito seria um italiano descendente de africanos escravizados na Etiópia, ou um mouro (islâmico) escravizado ao norte da África, acontecimento comum no sul da Itália na época. No Brasil, o santo é tradicionalmente venerado pelos negros, que relacionam o período de escravidão e a origem africana do santo com o seu próprio passado de escravidão e suas raízes africanas.

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dia de São Bartolomeu

São Bartolomeu, também chamado de Natanael, foi um dos doze apóstolos de Jesus Cristo segundo o Novo Testamento e, mais especificamente, os quatro Evangelhos. Sua festa litúrgica é celebrada no dia 24 de agosto (dia de sua morte em 51 d.C.)

São Bartolomeu em detalhe do Juízo Final de Michelangelo, altar da Capela Sistina

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quinta-essência (1619) s.f. FILOSOFIA em Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.), o elemento etéreo que com-põe as esferas celestes, distinto em sua quase imaterialidade das quatro propriedades naturais (terra, água, fogo e ar) que constituem os corpos densos no mundo sublunar; éter

 

Allah Kébir árabe “O Grande Deus”

Talvez Lobato estivesse se referindo ao takbīr (تَكْبِير) que em árabe significa “louvor, exaltação, glorificação, magnificação, celebração.” No uso religioso, o takbīr refere-se à frase Allahu Akbar (الله أكبر) que traduzida para o português significa “Deus é o maior.”

Na prática religiosa muçulmana, o takbīr é usado em uma ampla gama de contextos. A descrição de Allah (Deus) como akbar (o maior) é uma expressão da transcendência de Deus como um princípio epistemológico muçulmano central. O takbīr é usado com frequência na devoção religiosa e na prática social. A chamada islâmica para a oração (azan) e a chamada para iniciar a oração (iqāmah) ambos contêm o pronunciamento do takbīr. A oração, de acordo com as escolas sunitas e xiitas, começa com a expressão obrigatória e consecratória do takbīr. (Oxford Islamic Studies)

 

barco

Conforme a edição de 1919, o “barco” tem nome e se chama Satellite.

Fausto, Boris - História do Brasil (2006).

(A Primeira república, pp. 311-13)

     A maior revolta ocorrida na Marinha durante a Primeira República teve como protagonistas os marinheiros, quase todos negros e mulatos, recrutados entre as camadas mais pobres da população. Foi a chamada Revolta da Chibata, iniciada a 22 de novembro de 1910. Os participantes não queriam derrubar o governo [de Hermes da Fonseca], mas acabar com os maus tratos e a violência dos castigos físicos a que eram submetidos.

   O movimento começou quase simultaneamente em vários navios de guerra fundeados na Guanabara, com a morte de surpresa de vários oficiais. Um de seus principais líderes era o marinheiro João Cândido. Sob ameaça da esquadra revoltada, o Congresso decretou uma anistia se os revoltosos se submetessem às autoridades, estabelecendo-se um compromisso de acabar com a chibata como castigo físico constante do regimento disciplinar da Marinha. Os rebelados aceitaram as condições e o movimento se encerrou. Mas logo depois explodiu uma outra revolta, desta vez de fuzileiros navais, seguida de intensa repressão, de que não escaparam João Cândido e os outros líderes da Revolta da Chibata. Um “navio da morte” — o Satélite — saiu do Rio de Janeiro com destino à Amazônia, levando marinheiros revoltados, ladrões, exploradores de mulheres e prostitutas. Muitos morreram ou foram fuzilados no caminho. Os integrantes da Revolta da Chibata foram julgados sob a alegação de envolvimento no episódio dos fuzileiros navais. Acabaram sendo absolvidos, mas passaram dezoito meses na prisão, incomunicáveis e sofrendo violências físicas.

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